Raio-X FIFA Ballon D'Or: Abby Wambach

Vencedora do Bola de Ouro FIFA 2011, Abby Wambach tem sobre si o peso de liderar a Seleção Americana ao título mundial em 2015 no Canadá. Nos últimos 14 anos, Wambach é uma constante em sua Seleção, que crise vai e crise vem, nunca perde (salvo 2008) sua maior estrela.

Foto: Jamie Squire/Getty Images
Por: Amanda Marinho


CARREIRA

Abby Wambach é a mais nova de 7 irmãos e, desde cedo, teve que aprender a trabalhar duro para conseguir o que queria. Seus irmãos não davam moleza, e a isso ela atribui seu espírito competitivo até hoje. Em 1997, a jovem Wambach era a jogadora mais desejada de programas renomados de futebol feminino universitário nos Estados Unidos, incluindo a poderosa Universidade da Carolina do Norte. Wambach surpreendeu, e decidiu aceitar a proposta do modesto programa da Universidade da Flórida.

E foi lá que Wambach chamou a atenção dos Estados Unidos. Como novata, ajudou a levar o time para a final do Campeonato Nacional Universitário pela primeira vez, e com ela, o time ganhou por quatro anos consecutivos sua divisão.  Foi premiada diversas vezes, e até hoje, Wambach lidera os rankings da faculdade em gols marcados (96).

Depois de uma incrível carreira na Universidade, Wambach teria que provar seu valor em um outro nível. A WUSA, liga de futebol feminino dos Estados Unidos na época, já não vivia seu melhor momento quando Wambach foi draftada pelo Washington Freedom em 2002, mas isso era o de menos, já que lá Wambach teve como mentora ninguém mais que Mia Hamm.

Wambach só foi jogar com Mia Hamm em 2003, já que a última se machucou e precisou passar por cirurgia, mas isso não a impediu de fazer uma grande temporada em 2002. Ela liderou o Washington Freedom em gols na temporada (10), e foi votada como Novata do Ano (Rookie of the Year). Em 2003, já formando com Mia Hamm uma das duplas mais bem sucedidas da liga, Wambach ajudou o Freedom a conquistar a WUSA.

Durante os anos, as ligas americanas de futebol tiveram problemas para sobreviver. A WUSA faliu no final de 2003, e em 2009 surgiu a WPS. Jogando pelo Washington Freedom durante duas temporadas e depois pelo MagickJack, Wambach não conquistou títulos, mas recebeu vários prêmios individuais da liga. Em 2012 a WPS também faliu.

Em 2013 surge a NWSL e Wambach foi alocada para o Western New York Flash, time que sobreviveu as loucuras da WPS e que fica exatamente na cidade natal de Wambach, Rochester. Apesar da proximidade e da promessa de atrair público, os números não são lá grande coisa. Na temporada inaugural da NWSL, Wambach ajudou o Flash a chegar até a final da Liga, o time seria vice-campeão na ocasião, perdendo o título em casa para o Portland Thorns.

Em 2014, ainda com o WNY Flash, Wambach sofreu uma lesão no joelho que a deixou afastada por mais da metade da temporada, ainda assim ela conseguiu marcar 6 gols em 10 jogos. O time não se classificou para os playoffs e passa por uma reformulação para a temporada 2015.

SELEÇÃO NACIONAL

Em 9 de Setembro de 2001, Wambach fez sua estréia com a camisa dos Estados Unidos, mas foi apenas em Abril de 2002 que a jogadora marcou seu primeiro gol com o time. De lá para cá foram 230 aparições e 177 gols, recorde mundial entre homens e mulheres de mais gols marcados por uma seleção nacional.

Assista aqui Wambach marcando o gol número 159, que quebrou o recorde que antes pertencia a Mia Hamm.



Sempre uma constante em sua seleção, Wambach conquistou duas Olímpiadas, em 2004 e 2012. Em 2008 devido a uma fratura na perda sofrida contra o Brasil em um amistoso, Wambach não pode ir para as Olímpiadas e conquistar o que seria seu 2º ouro. 
A temporada 2014 apesar de ter sido ruim em termos de clube, foi muito boa para Wambach em sua Seleção. A jogadora foi a artilheira do time no ano com 14 gols, e escolhida como Jogadora do Ano pela CONCACAF.

ESTILO DE JOGO

Wambach é uma típica centroavante, sem características de movimentação e velocidade, e possui no jogo aéreo seu ponto forte. Ainda hoje, com o desenvolvimento do futebol feminino, é difícil encontrar defesas que saibam defender Wambach no ar. Em 2011, nos minutos finais da prorrogação, Wambach conseguiu empatar o jogo de quartas de finais contra o Brasil na Copa do Mundo com um gol de cabeça. Os Estados Unidos venceram aquele jogo nos pênaltis, mas acabaram perdendo o título mundial para o Japão.

Em 2012 Wambach encontrou a companhia no ataque que tanto buscou desde que Mia Hamm se aposentou: Alex Morgan. A jovem foi muito bem guardada pela então treinadora Pia Sundhage, que só mostrou sua arma secreta na final da Copa do Mundo de 2011. Apesar de não ter conquistado o título naquele ano, Wambach e Morgan formaram dupla de ataque em 2012 para as Olímpiadas. Morgan oferecia a Wambach a mobilidade que lhe faltava para seu jogo, e com isso as duas jogadoras puderam aproveitar o melhor que tinham individualmente.

Pelos feitos em 2012, principalmente a conquista das Olímpiadas, Wambach recebeu o Bola de Ouro FIFA, prêmio dado para a melhor jogadora do mundo na temporada.

Em 2014 as condições foram diferentes. Muitos acreditam que Wambach não jogou um futebol digno de Bola de Ouro, já que mal atuou por seu clube e passou a assumir um papel diferente em sua seleção. Aos 34 anos, Wambach já não é a mesma jogadora que impressionou durante muito tempo, e seus números mostram uma queda de produção. Sem Wambach, a Seleção Americana se torna mais imprevisível, portanto mais difícil de ser defendida, acreditam diversos jornalistas da imprensa americana.

Apesar das críticas, Wambach continua sendo bastante utilizada pela atual treinadora americana Jill Ellis, que testou a jogadora até no meio-campo no último ano, sem sucesso.

Por isso, Wambach chega para o prêmio da FIFA muito contestada e longe de ser favorita. Já no final de sua carreira, essa pode ser a última chance da jogadora de conquistar um prêmio tão importante.

TÍTULOS

Ligas Nacionais
2003 – WUSA com o  Washington Freedom

Atleta do Ano dos Estados Unidos
2003, 2004, 2007, 2010, 2011 e 2013

FIFA
2011 - Chuteira de Bronze e Bola de Prata Copa do Mundo FIFA
2013 – Bola de Ouro FIFA

Olímpiadas
2004 e 2012


Apesar de todos os seus feitos no futebol feminino e de seu reconhecimento mundial, Wambach luta mais uma vez para conquistar o que quer. Para ela, ajudar os Estados Unidos a conquistar mais uma Copa do Mundo é a prioridade no momento.
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